A vida é feita de mudanças


É de manhã e tudo o que me apetece é voltar para a cama e sonhar com tudo aquilo que não me lembro que sonhei novamente. Subitamente deu-me uma vontade de escrever, mas nem sei sobre o quê! Já me tornei um pouco repetitiva, e se for mais além vou acabar por falar sobre a minha vida em si, o que não é meu objetivo neste blog. Eventualmente poderia fazê-lo... Mas sobre o presente ninguém precisa de saber nada. E passado? Aí já é um caso a pensar. À uns dias estive sem internet (entrei em hibernação praticamente xD) e como não tinha mais nada para fazer peguei num caderno e comecei lá a escrever sobre a minha vida toda (mal de mim se a minha mãe apanha aquilo :o). Não escrevi quase nada comparado ao que deveria escrever. Apenas falei das minhas pequenas angústias do presente e comecei a escrever sobre o passado, mas era tanta coisa que tive que me ficar pela minha entrada no 8º ano. Falando sobre o passado sucintamente. Eu era nada mais nada menos que uma pita irritante cheia de mania que era mais que os outros, quando no fundo tudo o que sentia não passava de insegurança. Isso agravou-se quando fui para o 5º ano. Foi das piores mudanças da minha vida. Não me consegui integrar e tive que aguentar isso até ao 9º ano. No início fui para lá dona do mundo e ninguém das novas pessoas que conheci gostavam de mim por causa disso. Rapidamente me acanhei, mas já não fui a tempo. Tinha uma turma e arredores a gozar comigo todos os dias. As minhas amigas eram influenciadas por uma outra que desde sempre me gostou de lixar a vida (a personalidade dela dura ainda até hoje, ou agravou-se) e tanto se fazia de minha amiga, como metia toda a gente contra mim e vinha armar escândalo comigo apenas porque lhe apetecia dar nas vistas. Lembro-me de dias em que ia para a escola cheia de medo, porque sabia que me iam ignorar, gozar comigo ou iam arranjar-me problemas apenas porque sim. Quando tentava arranjar novas amigas, essa rapariga, só para verem a lata, ia falar com essas raparigas, sem as conhecer de lado nenhum, para não serem minhas amigas e blá blá blá. Eu não podia fazer nada, que era logo reparada, tudo consequência do meu comportamento no início do ano. Devia de ter uns 10, 11 anos nesta altura. No 6º ano tudo continuou igual. Desde sempre fui ingénua e havia sempre gente que se aproveitava de mim. Não tinha mão em mim mesma, nem sequer parava para pensar. Não houve alterações quase nenhumas nesses dois anos no básico. No 7º ano as coisas já começavam a mudar. Continuavam a gozar comigo, mas, embora me afectasse, já me começava a passar ao lado. Comecei também a crescer, assim como os meus colegas, o que facilitou essa mudança. Foi no 8º ano que, numa turma só de 6 raparigas, tive que levar com bocas de 15 ou mais putos irritantes. Eram mesmo tão irritantes... Hoje é que percebo isso. Conheci uma rapariga com a qual me chateei seriamente e já não me dou com ela nos dias de hoje, mas que teve também muita influência no meu crescimento e na minha mudança. No mesmo ano andei à porrada com um rapaz que hoje ainda continua um escarro e cada vez que o vejo dá-me vontade de rir! Ele tinha super controlo do pai e tinha a mania que era rebelde e mais que os outros. Uma vez estava-me a atirar com giz numa aula e eu disse para ele parar. Não parou e eu vai disse à professora. Ela mandou-lhe um recado na caderneta e ele começou-me a ameaçar. Quando saímos estava ele a fazer-me uma espera. Se fosse hoje eu dava-lhe a espera... Era tão crominha, ai senhor! Vê-se mesmo que isto é tudo canalha. Continua igualzinho, tive prova disso no ano passado x). O que é certo é que me mandavam sempre as bocas do costume. Não ligava nenhuma à aparência e não cuidava nada de mim. Chegavam-me a dizer na cara que eu era feia, horrível, etc... Um rapaz que me fazia isso mudou bastante de atitude comigo e hoje dou-me bem com ele. No 9º ano a história repetia-se, sempre com menos frequência. E foi aí que tomei a decisão da minha vida: eu tinha que mudar de ares, não poderia continuar com aquilo a vida toda. Então tinha 2 opções: ou ia para Albergaria estudar e continuava rotulada a vida toda, ou ia para Estarreja só a conhecer 1 ou 2 pessoas e mudava completamente de vida. É engraçado como as pessoas rotulam as outras. Um erro teu de à muitos anos pode-te rotular a vida toda. A minha decisão foi unânime... Eu não ia ser feliz em Albergaria a ver aquelas caras todos os dias. Tenho lá muitos amigos ainda hoje, mas também tenho gente que não posso nem respirar o mesmo ar delas. Estarreja foi então o paraíso! Foi das melhores mudanças da minha vida! Não me arrependo nem um bocadinho de ir para lá. Nas férias tive tempo para reflectir em como teria que ser diferente e mudar para me conseguir adaptar bem e correu muito melhor do que eu estava a espera. Fiz muitos amigos, tinha gente com quem conversar em qualquer canto da escola, ninguém gozava comigo, aiii, enfim, fui tão feliz lá! Essa energia de estar com toda a gente foi perdida com o tempo, por causa do tédio da rotina das aulas, mas cultivei imensos amigos, alguns deles para a vida e que sei que posso contar com eles todos. Ainda tinha muito que crescer, é certo, mas foi talvez a mudança mais importante da minha vida. No 10º ano tinha um grupo um pouco fechado e sim com muita mania xD. 6 raparigas. De todas elas eu era a mais além grupo. Era a única que tentava estar com outras pessoas e vestia-me às cores nessa altura. Elas não gostavam lá muito da ideia, mas nunca mudei por elas. Era um pouco posta de parte por causa disso e por causa de pensar também de uma maneira diferente delas, sendo mais acanhada. Na verdade hoje elas não sei falam e eu sou a única que se continua a dar bem com todas elas. Ainda havia muito a fazer no que toca à construção da minha personalidade. Era muito influenciada e ingénua. 2010 foi o melhor ano da minha vida, principalmente nas férias de Verão. Passei bons momentos com elas, apesar de tudo, e aprendi a sair-me um bocado da casca. O 11º ano também foi uma maravilha (até demais). Foi a partir do 11º ano que construí realmente a minha personalidade e mudei a minha forma de pensar, o que fez com que deixasse de ser amiga daquela tal rapariga que falei que com a qual já não me dou. Essa construção reflectiu-se este ano. Estou muito mais segura de mim própria, cuido-me melhor, enfim, tornei-me tudo aquilo que me mostro ser nos outros textos que tenho aqui. Tenho ótimas recordações de Estarreja e, na verdade, também da Branca, mas lá também tenho péssimas recordações. É por isto que tenho orgulho em mim mesma. A vida é feita de mudanças e eu consegui mudar. Não fiquei quieta à espera de ser infeliz e continuar a levar a vida que levava. Hoje sou mais positiva que muitas pessoas que me conseguiram deitar a baixo e tenho a certeza que sou mais feliz que muitas delas. Na Branca era conhecida por gozarem comigo. Em Estarreja era conhecida por me dar bem com toda a gente e, também, pela minha forma de vestir e a minha maneira diferente de pensar. O texto não está assim muito profundo, o que até lhe ficava bem, mas acho que transmite bem a diferença entre o meu passado e o meu presente e como superei isso. Pode não parecer nada demais, mas acreditem que era e que isso me afectou imenso o início da adolescência e não sei o que seria de mim se não tivesse mudado de ares. Hoje olho para o passado e parece que foi uma outra vida. Não quero sentir o que sentia naqueles tempos nunca mais. Agora vou para a universidade e vai ser outra mudança radical na minha vida, para melhor ainda espero eu :D. Espero que tenham gostado e que isto sirva de exemplo para alguns de vocês. Obrigada :) *

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chamo-me Joana e estou a estudar Som e Imagem na ESAD.Cr. Anteriormente estudei 1 ano na Universidade de Aveiro no curso de Administração Pública. De momento considero-me apenas uma jovem à procura do seu ''verdadeiro eu'', esforçando-se por criar ideais próprios e tentando diferenciar-se de um todo, não sendo mais uma num milhão... Aspiro um futuro ligado à música, moda, artes, tecnologias e comunicação, onde possa fazer um pouco de tudo o que mais gosto.
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